Com
o objetivo de debater sobre a necessidade do uso das Forças Armadas e a atuação
das tropas, no âmbito da Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, além do
impacto causado pela medida, tanto nos militares quanto na sociedade (principalmente
nas comunidades ocupadas), e ainda as controvérsias a respeito, a Defensoria
Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro, promoveu, em parceria com o Centro
Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco), o debate público “Falência da Segurança
Pública no Estado do Rio de Janeiro – Forças Militares e a GLO”. O evento,
realizado nesta quarta-feira (dia 27/09), no Salão Nobre da Faculdade Nacional
de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FND/UFRJ), reuniu cerca de
70 pessoas, entre professores e alunos.
Compuseram
a mesa, os defensores públicos federais Jorge Luiz Fernandes Pinho (coordenador
do Núcleo de Direito Criminal Militar da DPU/RJ) e Patrícia Ubal Przybylski (7°
Ofício Criminal da DPU/RJ), o juiz-auditor militar Claudio Amin Miguel, o professor
de Direito Penal da FND/UFRJ e promotor de Justiça (MPRJ) Tiago Joffily e a
representante da Federação Municipal das Associações de Favelas do Rio de
Janeiro (FAF-Rio) Deusimar da Costa.
De
acordo com a defensora Patrícia Przybylski, “a atuação das Forças Armadas em Segurança
Pública, por meio da chamada Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO),
deveria ser excepcionalíssima, mas passou a ser a regra no estado do Rio de
Janeiro. Esta opção de enfrentamento da criminalidade é ineficaz e causa sérios
riscos para o militar engajado e para a população das comunidades envolvidas. A
implementação de um programa de segurança cidadã, que tenha por foco a atuação
preventiva, e a aplicação de técnicas de justiça restaurativa nos delitos
relacionados a drogas são medidas que poderiam modificar esse cenário”, afirma
a defensora.
Para
o defensor Jorge Pinho, “a nova implementação da GLO no Rio de Janeiro
demonstra a imperiosa necessidade de a sociedade questionar os caminhos que está
trilhando”. Idealizador e responsável pela organização deste debate público,
Pinho acredita que o debate sobre a GLO precisa transcender o âmbito Judiciário.
“Trata-se de uma Lei que afeta o cotidiano. A Defensoria e a Academia, enquanto
despertores da sociedade, são instituições profícuas para provocar e aprofundar
essa discussão e propiciar a correta adequação entre a norma e a necessidade
social”, conclui.
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