A
saúde da mulher no sistema penitenciário, suas oportunidades no sistema
prisional e sua reinserção à sociedade foram debatidos em evento promovido pela
Defensoria Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro para marcar o Dia
Internacional da Mulher. Realizado no dia 07, o simpósio “A Mulher e o Cárcere” contou com a participação de cerca de 140
pessoas na plateia.
A
primeira mesa, “Saúde da Mulher no Cárcere”, foi composta por Sandra Sysak
(superintendente de Qualidade das Unidades de Saúde/Secretaria Estadual de
Saúde do Rio de Janeiro); Vilma Diuana (psicóloga, atuante por 28 anos na
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, e
doutora em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética
Aplicada e Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Rio de Janeiro); Kátia
Lopes (integrante da Comissão dos Privados de Liberdade do Conselho Estadual de
Direitos Humanos); Carla Antunes (voluntária na evangelização de crianças na
Assembleia de Deus Novo Horizonte, trabalhadora autônoma no segmento de
calçados e bolsas e egressa do sistema penitenciário); e Sharllene Silva
(enfermeira, especialista em Saúde Mental pelo IPUB/UFRJ, supervisora de
Enfermagem no Instituto Nise da Silveira, pesquisadora do TEIAS
Manguinhos/ENSP/Fiocruz e integrante da Associação Elas Existem - Mulheres
Encarceradas). A mediação ficou a cargo da assistente social do Núcleo Criminal
da DPU/RJ Ethel Proença Braga.
À
tarde, o debate, mediado pela defensora pública federal Leticia Sjöman Torrano
(coordenadora do Núcleo Criminal da DPU/RJ e responsável pelo evento), foi
sobre “Mulher, Trabalho e o Cárcere”. Na mesa, Luciana Boiteux (professora de
Direito Penal e Criminologia da Faculdade Nacional de Direito/UFRJ); Mariângela
Pavão Ribeiro (diretora do Patronato Magarinos Torres); Flávia Santana Tomaz
Gonçalves (voluntária do Projeto “Eu apoio meu bairro”, voluntária do Projeto
Social Abraçando Vidas (Tanguá/RJ) e egressa do sistema penitenciário); Luciana
Fernandes (professora substituta da UFRRJ, mestranda em Direito Penal e
Criminologia da UERJ e integrante do coletivo de mulheres Elas Existem); e Julia
Oliveira (professora de Artes, mestranda em Teatro na Unirio e integrante do
coletivo de mulheres Elas Existem).
Para
fechar o evento, o público presente teve a oportunidade de assistir ao curta-metragem
“Encontro Fechado”.
De
acordo com o “Relatório MulhereSemPrisão” (2017), produzido pelo Instituto
Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos
e Oak Foundation, as mulheres constituem a população cuja taxa de crescimento
foi mais acelerada nos últimos anos. “Segundo dados do INFOPEN, em dezembro de
2014 havia cerca de 34 mil mulheres no sistema penitenciário brasileiro, o que
representa um aumento de 503% em relação a 2000 (a título de comparação, no
mesmo período a população masculina cresceu 220%). Esse mesmo relatório ainda
revela a gravidade do cenário do encarceramento provisório: 40,1% de toda a
população presa é composta por pessoas que ainda não tiveram qualquer julgamento,
sendo que entre os homens essa porcentagem é levemente inferior à média
nacional, de 39,08% ao passo que em relação às mulheres esse número sobe para
44,7%.”
Ainda
segundo o “Relatório MulhereSemPrisão”, “as mulheres presas são
majoritariamente negras, pobres, com baixa escolaridade, moradoras de regiões
com pouco acesso a serviços públicos, jovens entre 18 e 29 anos, rés primárias,
e mães. Muitas dessas mulheres têm suas trajetórias marcadas por violência
doméstica e pelo desempenho de duplas jornadas de trabalho (trabalho
assalariado precário ou informal e tarefas domésticas)”.
CLIQUE AQUI PARA VER O ÁLBUM DE FOTOS DO EVENTO.
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Comunicação DPU/RJ
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