1 de fevereiro de 2019

DPU participa de ação no RJ pelo Dia da Visibilidade Trans


Nesta quarta-feira (30), o Grupo de Trabalho Identidade de Gênero e Cidadania LGBTI da Defensoria Pública da União (DPU) participou do debate “Visibilidade Trans – a proteção à vida e à integridade das pessoas trans no Brasil” no auditório da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans. O dia 29 de janeiro foi escolhido para homenagear o primeiro ato nacional organizado pela comunidade trans em 29 de janeiro de 2004, quando mulheres e homens transexuais e travestis foram a Brasília lançar a campanha “Travesti e Respeito” visando promover a cidadania e a importância de politicas públicas voltadas a este segmento social no Congresso Nacional.

O evento, além de dar visibilidade à população transgênero, vítima de preconceito até mesmo pelo grande desconhecimento da sociedade em geral, buscou discutir temas atuais como o julgamento do processo referente à criminalização da LGBTfobia, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), o aumento dos casos de intolerância e violência a transexuais e as ameaças a defensores dos direitos LGBTI, com o objetivo de definir estratégias de contenção para esses crimes.


Além da defensora pública federal Carolina Castelliano, coordenadora do GT Identidade de Gênero e Cidadania LGBTI da DPU, participaram da ação as defensoras públicas do estado do Rio de Janeiro Lívia Casseres e Letícia Furtado, coordenadora do Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos da Defensoria (Nudiversis) e presidenta do Conselho LGBT, e a advogada e ativista da causa LGBTI Maria Eduarda Aguiar.

De acordo com Carolina Castelliano, a participação da DPU no evento é de grande relevância, uma vez que a proximidade com a militância e pessoas engajadas com direitos das pessoas transexuais qualifica a atuação da Defensoria nesta temática. Segundo a defensora, “considerando que o Brasil é o país que lidera o ranking mundial de homicídio praticado contra pessoas transexuais, é extremamente necessário que esse dia seja marcado como um dia de luta, um dia em que pessoas preocupadas com a pauta da promoção de direitos humanos se reúnem para pensar em formas de mobilização para modificar esse cenário bárbaro atual”.
















Conforme relatório divulgado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) 179 pessoas trans foram assassinadas no Brasil em 2017, sendo 169 mulheres travestis/transexuais e 10 homens trans. A expectativa de vida da população brasileira em geral é de 79,9 anos (IBGE 2013), enquanto a expectativa de vida de pessoas travestis e transexuais é de apenas 35 anos de idade. Ainda diante dos dados estatísticos, a estimativa é de que, a cada 48 horas, uma pessoa trans é assassinada no Brasil, o que torna o país aquele com o maior índice de assassinato de travestis e transexuais no mundo.

A Defensoria Pública da União tem atribuição para atuar na tutela individual e coletiva em qualquer violação de direitos humanos associada à identidade de gênero e cidadania LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersexuais). Por meio do GT Identidade de Gênero e Cidadania LGBTI, são desenvolvidas atividades, em âmbito nacional, para efetivar a garantia constitucional de cada indivíduo desfrutar de todos os direitos humanos, livre de discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero.


* Confira também a cartilha “Conhecendo a si mesmo” do Nudiversis com informações para o público trans *


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